Uma operação coordenada pelo Ministério Público e pela SSP (Secretaria da Segurança Pública) da Bahia encontrou na manhã desta segunda-feira R$ 280 mil em dinheiro e duas pistolas 9 mm na cela de Genilson Lino da Silva, considerado o líder da principal organização do narcotráfico da Bahia, na Penitenciária Lemos Brito, a maior do Estado, localizada em Salvador. Chamada de "Big Bang", a operação conta com o apoio de 520 policiais. No total, os agentes cumprem 26 mandados de prisão e 35 de busca e apreensão.
Todos os mandados de busca e apreensão estão concentrados em bairros de Salvador e também no presídio de Lauro de Freitas (região metropolitana da capital). De acordo com o Ministério Público, a investigação começou em dezembro do ano passado, quando dez homens, armados com escopetas e fuzis, levaram R$ 435 mil de um carro forte que transportava malotes do Unibanco. Em abril último, pelo menos três integrantes da quadrilha também teriam participado de um assalto à agência do Banco do Brasil, em Nazaré (216 km de Salvador).
Depois de um mês de investigação, o Ministério Público descobriu que duas das maiores quadrilhas de traficantes da Bahia também atuavam dentro da Penitenciária Lemos de Brito -alguns integrantes do grupo utilizavam aparelhos de telefone celular para coordenar os assaltos. Segundo o Ministério Público, além dos assaltos, os integrantes da quadrilha também teriam participações em homicídios.
Até as 11h da manhã desta segunda-feira, além dos R$ 280 mil e da pistola 9 mm, os policiais também tinham encontrado nas celas oito quilos de cocaína, um quilo de maconha, um revólver, documentos falsificados e mais duas pistolas automáticas -dos 26 mandados de prisão, 14 tinham sido cumpridos. A operação "Big Bang" também conta com a participação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações criminosas).
Outro grupo criminoso que também integra a operação era liderado pelo traficante Pitty (Ederson de Souza Santos), morto em 2006 pela polícia. Desde o início do governo Jaques Wagner (PT), a violência na Bahia cresceu muito. Isso provocou, aliás, a única baixa no primeiro escalão do governo até agora -o então secretário da segurança Pública, Paulo Bezerra, não suportou as pressões e caiu. Seu substituto, César Nunes, trocou quase todos os cargos de comando mas, mesmo assim, até agora, não conseguiu conter a violência.
Manuela Martinez
Especial para o UOL
Em Salvador