Natalie Dylan, a norte-americana de 22 anos que está leiloando sua virgindade pela internet, recebeu um lance vindo do Brasil. “Ele me ofereceu US$ 1,5 milhão. É um dos maiores lances que já recebi!”, disse Natalie a ÉPOCA. “Mas ele queria que eu fosse até o Brasil. Acho que isso seria contra a lei.” Informada sobre a legalidade da prostituição no Brasil, Natalie reconsiderou. “Ah, é? Vou pesquisar melhor."
Natalie os recebe por e-mail. Ela separa os lances mais altos e começa uma conversa com os pretendentes pela internet. Ela diz que não fará sexo necessariamente com aquele que pagar mais alto. A escolha dependerá da “química” entre eles. Também vai depender de uma ficha criminal limpa e de exames de sangue comprovando a ausência de doenças sexualmente transmissíveis. Natalie, por sua vez, diz já ter posto sua virgindade à prova ao passar por dois detectores de mentira. Ela afirma que se submeteria a um teste ginecológico caso o vencedor do leilão exija.
O lance mais alto, até agora, é de US$ 3,8 milhões (cerca de R$ 9 milhões), dado por um australiano. Natalie, uma mulher atraente e bem articulada, afirma ter tido dois namorados. “Claro que ficamos íntimos de algumas maneiras, mas eles foram legais e tiveram paciência comigo”, disse. No ano passado, lendo artigos sobre a relação econômica entre a virgindade e a prostituição, Natalie esbarrou no caso da modelo peruana Graciela Yataco. Em 2005, Graciela leiloou sua virgindade alegando que precisava do dinheiro para comprar remédios para seus país. Recebeu propostas de até US$ 1,5 milhão por sua primeira experiência sexual, mas acabou desistindo. “Achei uma grande oportunidade de negócio”, disse Natalie.
Outra inspiração foi sua irmã que, aos 21 anos, trabalhou três semanas num bordel para pagar seus estudos. “Eu sou pró-escolha”, disse Natalie. “Acho que homens e mulheres devem fazer o que quiserem com seus corpos”.
As duas irmãs fizeram faculdade juntas, num curso de graduação em ciências sociais voltado para o univeso feminino. Ela afirma ter crescido numa família de situação financeira boa, até que seu padrasto “extorquiu todo o dinheiro”, deixando-as na bancarrota. “Isso definitivamente contribuiu para que nós aceitássemos nos prostituir. Eu não cresci querendo ser uma prostituta, mas também nunca vi a coisa negativamente”. Natalie diz que quer o dinheiro para fazer um mestrado em terapia familiar e conjugal.
O caso de Natalie mobilizou a mídia de todo o mundo. Ela já deu entrevistas nos canais de TV mais importante dos EUA e sentou-se no sofá do talk show da ex-modelo Tyra Banks. “Isso virou um American Idol da virgindade, todo mundo está literalmente votando para me dizer o que eu devo fazer”. Ela ainda pensa em transformar a experiência num livro - acadêmico. “O que está acontecendo é ótimo para os meus estudos”.
E o dia seguinte? O que mudará na vida de Natalie quando sua castidade tiver sido negociada? “No dia seguinte vou comer sushi com meus amigos”, disse Natalie, rindo. “Eu poderei proporcionar um nível maior de conforto para mim. Isso não quer dizer que serei uma pessoa melhor ou mais feliz. Só vai mudar esse pequeno aspecto: o conforto."
Quando perguntada se desistiria do leilão, como fez a modelo peruana Graciela, Natalie acha que talvez já tenha ido longe demais para voltar atrás. “Querem levar minha história para o cinema, só pela comoção. Obviamente, meu objetivo não era fazer sexo num bordel, mas me tornar estável financeiramente”. Diante do sucesso mundial e das propostas de negócio que não envolvem sexo, Natalie pondera se deve realmente ir para a cama por uma verdadeira fortuna. “Ainda estou avaliando o quanto podem oferecer pela minha história. É claro que eu não seria boba de vender a virgindade se eu não precisar do dinheiro".
Fonte:Marcelo Zorzanelli/Revista Época
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