Um em cada três brasileiros não sabe o que é saneamento básico, 22% moram em ruas sem asfalto, índice que sobe para 60% nas cidades do Nordeste. Os números são de uma pesquisa do Ibope, feita para saber como a população percebe a oferta do serviço de esgoto nas maiores cidades do País, qual a importância que dá a esse serviço, o entendimento de seus impactos sociais, tanto positivos como negativos, bem como de quem é a responsabilidade pelo seu fornecimento. A pesquisa “Percepções sobre Saneamento Básico” foi feita em parceria com o Instituto Trata Brasil.
A pesquisa ouviu 1.008 pessoas moradoras das 79 cidades brasileiras com mais de 300 mil habitantes e revelou que 31% da população não sabem o que é Saneamento Básico. No Rio Grande do Norte apenas os natalenses foram ouvidos pelo Ibope.
Em uma questão específica sobre o termo, na qual os entrevistados poderiam indicar mais de um tipo de serviço dentro do conceito, as cinco respostas mais mencionadas foram: serviços de esgoto (54%), serviços de água (28%), coleta de lixo (15%), limpeza pública (14%) e pavimentação (8%). A citação ao esgoto ficou em primeiro lugar em todas as regiões do País, seguida de serviços de água, que só na região Nordeste ficou em terceiro lugar, atrás de limpeza pública.
Apesar de os dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (Ministério das Cidades) indicarem que apenas metade da população têm acesso a esgoto, 77% das pessoas acreditam que estão ligadas à rede pública. Essa percepção é maior nas cidades do Sul (87%) e do Sudeste (84%). “Como os dados oficiais indicam que esta porcentagem é menor, percebe-se que a população acredita que o esgoto de seu domicílio é ligado à rede municipal de esgoto, quando na verdade não é”, afirma Raul Pinho, presidente executivo do Instituto Trata Brasil. A pesquisa revela que um em cada cinco domicílios (20%) consultados declara que não está ligado à rede pública. Os índices são maiores nas cidades da região Nordeste (56%) e de médio porte (68%).
Segundo Hélio Gastaldi, diretor de Atendimento e Planejamento do Ibope Inteligência, quanto menor é a renda, a escolaridade e a classe social do entrevistado, menor é o percentual dos que estão ligados à rede. “Esse resultado era esperado, mas o que chama a atenção é a quantidade significativa das pessoas mais escolarizadas e com uma condição financeira acima da média que ainda não contam com esse serviço essencial. Um terço da classe D/E (32%) não dispõe de acesso à rede pública, proporção que passa para um quinto (21%) dentro da classe C, e para cerca de um em cada 10 domicílios (9%) da classe A/B”, comenta. Em relação à escolaridade dos entrevistados que não têm acesso à rede de esgoto, 23% estudaram até o Ensino Fundamental, 17% possuem o Ensino Médio e apenas 10% o Ensino Superior.
Embora pouco mais de um quarto dos entrevistados (28%) afirmem desconhecer o destino do esgoto de sua cidade, percentual próximo (22%) dos que acreditam que os resíduos vão para uma estação de tratamento; para 32%, o esgoto das casas segue direto para os rios. Quanto ao tratamento, 17% das pessoas acham que todo o esgoto coletado recebe tratamento, 50% avaliam que apenas parte dos resíduos é tratado e para 16% não há tratamento algum. Quase um quinto (17%) dos entrevistados não sabe opinar.
Das pessoas que acham que o esgoto vai para os rios, 32% não estão ligadas à rede pública, 36% moram em cidades do Sudeste, 37% habitam em periferias. As porcentagens das respostas dos que afirmaram que os resíduos seguem para um centro de tratamento estão divididas em: 38% dos mais ricos, 37% das cidades do Sul, 37% das cidades de porte médio, 34% dos mais escolarizados e 31% dos moradores do interior. Já entre os que não sabem, 32% são menos escolarizados, 38% estão em cidades do Nordeste, 32% vivem na periferia, 35% são de classes mais pobres e 33% moram em favelas. Para Hélio Gastaldi, as pessoas entendem o significado geral do termo “esgoto” e percebem a existência de uma rede na qual são despejados os resíduos dos domicílios, apesar de não terem familiaridade com a expressão “coleta”.
Insatisfação com serviço ainda é alta
Cerca de 26% dos entrevistados está insatisfeito com os serviços de coleta e de tratamento de esgoto, enquanto 50% se encontram satisfeitos. Entre os que consideram os serviços satisfatórios, destacam-se os moradores da região Sul (61%), do interior (63%), com renda familiar entre 2 e 5 salários mínimos (59%) e os que estão ligados à rede pública (59%). Os insatisfeitos são os mais escolarizados (34%), residentes nas cidades da região Nordeste (47%), habitantes da periferia (31%), das cidades de médio porte (37%) e moradores de favelas (44%).
Na questão sobre serviços de tratamento do esgoto, o perfil dos que estão satisfeitos e o dos insatisfeitos não variam muito. Os mais satisfeitos são os entrevistados da região Sul (56%), do interior (57%) e com renda familiar entre 2 e 5 salários mínimo. Já os mais insatisfeitos são os mais escolarizados (31%), os da região Nordeste (46%), das cidades de médio porte (37%), mais pobres (36%) e moradores de favelas (47%).
Segundo Hélio Gastaldi, as pessoas de condição socioeconômica mais crítica (classes D e E) mostram-se menos satisfeitas, porém, com diferenças menos significativas em relação às de classe mais alta do que se poderia esperar em decorrência das diferenças observadas na prestação desses serviços para cada tipo de morador. “Entre os que não possuem o serviço de coleta de esgoto, a insatisfação chega a 65%, mas o que surpreende é que praticamente 1/5 encontra-se satisfeito com um serviço que não recebe”.
O esgoto ficou em 7º lugar no ranking de áreas mais problemáticas, apontado por 10% dos entrevistados. A primeira colocação ficou com saúde (49%), seguido de segurança (46%), drogas (40%), educação (28%), emprego (27%), calçamento e pavimentação (11%) e limpeza pública (11%). “Uma vez que o saneamento pode ser apontado de acordo como é percebido em cada uma das suas vertentes, à primeira vista pode parecer que o tema não tem tanta importância, comparado às demais áreas. Porém, se somarmos as menções a esgoto (10%), limpeza pública (11%), coleta de lixo (4%) e abastecimento de água (9%), chegamos ao mesmo patamar dos problemas mais citados”, comenta Gastaldi.
A pesquisa ouviu 1.008 pessoas moradoras das 79 cidades brasileiras com mais de 300 mil habitantes e revelou que 31% da população não sabem o que é Saneamento Básico. No Rio Grande do Norte apenas os natalenses foram ouvidos pelo Ibope.
Em uma questão específica sobre o termo, na qual os entrevistados poderiam indicar mais de um tipo de serviço dentro do conceito, as cinco respostas mais mencionadas foram: serviços de esgoto (54%), serviços de água (28%), coleta de lixo (15%), limpeza pública (14%) e pavimentação (8%). A citação ao esgoto ficou em primeiro lugar em todas as regiões do País, seguida de serviços de água, que só na região Nordeste ficou em terceiro lugar, atrás de limpeza pública.
Apesar de os dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (Ministério das Cidades) indicarem que apenas metade da população têm acesso a esgoto, 77% das pessoas acreditam que estão ligadas à rede pública. Essa percepção é maior nas cidades do Sul (87%) e do Sudeste (84%). “Como os dados oficiais indicam que esta porcentagem é menor, percebe-se que a população acredita que o esgoto de seu domicílio é ligado à rede municipal de esgoto, quando na verdade não é”, afirma Raul Pinho, presidente executivo do Instituto Trata Brasil. A pesquisa revela que um em cada cinco domicílios (20%) consultados declara que não está ligado à rede pública. Os índices são maiores nas cidades da região Nordeste (56%) e de médio porte (68%).
Segundo Hélio Gastaldi, diretor de Atendimento e Planejamento do Ibope Inteligência, quanto menor é a renda, a escolaridade e a classe social do entrevistado, menor é o percentual dos que estão ligados à rede. “Esse resultado era esperado, mas o que chama a atenção é a quantidade significativa das pessoas mais escolarizadas e com uma condição financeira acima da média que ainda não contam com esse serviço essencial. Um terço da classe D/E (32%) não dispõe de acesso à rede pública, proporção que passa para um quinto (21%) dentro da classe C, e para cerca de um em cada 10 domicílios (9%) da classe A/B”, comenta. Em relação à escolaridade dos entrevistados que não têm acesso à rede de esgoto, 23% estudaram até o Ensino Fundamental, 17% possuem o Ensino Médio e apenas 10% o Ensino Superior.
Embora pouco mais de um quarto dos entrevistados (28%) afirmem desconhecer o destino do esgoto de sua cidade, percentual próximo (22%) dos que acreditam que os resíduos vão para uma estação de tratamento; para 32%, o esgoto das casas segue direto para os rios. Quanto ao tratamento, 17% das pessoas acham que todo o esgoto coletado recebe tratamento, 50% avaliam que apenas parte dos resíduos é tratado e para 16% não há tratamento algum. Quase um quinto (17%) dos entrevistados não sabe opinar.
Das pessoas que acham que o esgoto vai para os rios, 32% não estão ligadas à rede pública, 36% moram em cidades do Sudeste, 37% habitam em periferias. As porcentagens das respostas dos que afirmaram que os resíduos seguem para um centro de tratamento estão divididas em: 38% dos mais ricos, 37% das cidades do Sul, 37% das cidades de porte médio, 34% dos mais escolarizados e 31% dos moradores do interior. Já entre os que não sabem, 32% são menos escolarizados, 38% estão em cidades do Nordeste, 32% vivem na periferia, 35% são de classes mais pobres e 33% moram em favelas. Para Hélio Gastaldi, as pessoas entendem o significado geral do termo “esgoto” e percebem a existência de uma rede na qual são despejados os resíduos dos domicílios, apesar de não terem familiaridade com a expressão “coleta”.
Insatisfação com serviço ainda é alta
Cerca de 26% dos entrevistados está insatisfeito com os serviços de coleta e de tratamento de esgoto, enquanto 50% se encontram satisfeitos. Entre os que consideram os serviços satisfatórios, destacam-se os moradores da região Sul (61%), do interior (63%), com renda familiar entre 2 e 5 salários mínimos (59%) e os que estão ligados à rede pública (59%). Os insatisfeitos são os mais escolarizados (34%), residentes nas cidades da região Nordeste (47%), habitantes da periferia (31%), das cidades de médio porte (37%) e moradores de favelas (44%).
Na questão sobre serviços de tratamento do esgoto, o perfil dos que estão satisfeitos e o dos insatisfeitos não variam muito. Os mais satisfeitos são os entrevistados da região Sul (56%), do interior (57%) e com renda familiar entre 2 e 5 salários mínimo. Já os mais insatisfeitos são os mais escolarizados (31%), os da região Nordeste (46%), das cidades de médio porte (37%), mais pobres (36%) e moradores de favelas (47%).
Segundo Hélio Gastaldi, as pessoas de condição socioeconômica mais crítica (classes D e E) mostram-se menos satisfeitas, porém, com diferenças menos significativas em relação às de classe mais alta do que se poderia esperar em decorrência das diferenças observadas na prestação desses serviços para cada tipo de morador. “Entre os que não possuem o serviço de coleta de esgoto, a insatisfação chega a 65%, mas o que surpreende é que praticamente 1/5 encontra-se satisfeito com um serviço que não recebe”.
O esgoto ficou em 7º lugar no ranking de áreas mais problemáticas, apontado por 10% dos entrevistados. A primeira colocação ficou com saúde (49%), seguido de segurança (46%), drogas (40%), educação (28%), emprego (27%), calçamento e pavimentação (11%) e limpeza pública (11%). “Uma vez que o saneamento pode ser apontado de acordo como é percebido em cada uma das suas vertentes, à primeira vista pode parecer que o tema não tem tanta importância, comparado às demais áreas. Porém, se somarmos as menções a esgoto (10%), limpeza pública (11%), coleta de lixo (4%) e abastecimento de água (9%), chegamos ao mesmo patamar dos problemas mais citados”, comenta Gastaldi.