“As palavras movem, mas são os exemplos que inspiram atitude e comportamento semelhante.”


quinta-feira, 31 de julho de 2008

Secretários de educação querem revisão da lei do piso nacional para professores

Porto Alegre - A lei que instituiu o piso nacional para professores da rede pública, sancionada pelo presidente Lula no último dia 16, está sendo discutida em Porto Alegre na 3ª Reunião do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed). Além do piso de R$ 950, a lei estabelece que um terço da carga horária do professor deve ser reservado para atividades fora de sala de aula, como planejamento e coordenação. Mas, uma resolução anterior do Conselho Nacional de Educação (CNE), prevê que esse tempo deve variar entre 20% e 25% da carga total. Para os secretários estaduais, a proposta inicial foi deturpada pelo Congresso, ao incluir a jornada de trabalho no texto.

Assim, com mais tempo de atividades fora de sala, as redes terão que contratar mais professores para compor o quadro, o que, segundo a presidente do Consed, Maria Auxiliadora Rezende, é atualmente inviável para muitos estados e municípios. “A preocupação dos estados não é referente ao piso em si, mas a outros fatores que passaram a compor a lei e entram em critérios de carreira, trazendo uma série de complicações para estados e municípios. E o que é pior, passa a inviabilizar a lei do piso que para nós é importante assegurar” , afirmou Auxiliadora.

Segundo ela, o gasto com pessoal deve aumentar imediatamente em cerca de 20% as folhas de pagamento das secretarias, levando-se em conta apenas a mudança da carga horária em sala de aula. Como a nova demanda implica em aumento do orçamento num ano que já está em curso, o artigo é visto pela entidade como inconstitucional, por ferir a Lei de Responsabilidade Fiscal. O mesmo argumento foi usado para impedir a retroatividade do pagamento a janeiro de 2008, prevista no projeto. O ponto foi vetado pelo presidente e os ajustes começam a partir de 2009.

A secretária de Educação do Rio Grande do Sul, Mariza Abreu, afirmou que “o Congresso [Nacional] estragou o projeto”. “A proposta original do Executivo era correta, tratava de piso e não de jornada. Foi o Congresso que se submeteu à pressão do movimento sindical", analisou.

Segundo Auxiliadora, a partir de um estudo de impacto do piso em cada estado, que será divulgado amanhã (31) durante o encontro, os governadores vão se organizar para apresentar alternativas a lei. Segundo ela, a princípio, a entidade não pretender questionar a norma na Justiça. “Nós queremos melhorar o projeto que já foi aprovado. Desde o início, o Consed é parceiro e quer preservar o piso, mas há elementos que comprometem a legislação”, afirmou.

O Ministério da Educação (MEC) garante que a complementação orçamentária para pagar o novo piso será feita pela União, por meio do Fundo da Educação Básica (Fundeb). Mas, a presidente do Consed questiona a clareza da lei quanto aos critério de complementação. “Do jeito como está, é genérico demais, sinaliza o complemento, mas não diz concretamente como isso pode ocorrer”, criticou.

“Além disso, o Fundeb não foi criado para isso, mas sim para ajudar estados e municípios que não atingiam o valor mínimo por aluno. Os recursos passados pelo Fundeb incluem todos os gastos com educação, não só com pagamento de pessoal. Nós vamos [agora] investir 100% dos recursos da educação com pessoal? E como a escola vai funcionar?”, questiona Auxiliadora.

Amanda Cieglinski
Repórter da Agência Brasil

Lula assina decreto com mudanças nos serviços de atendimento ao consumidor

Atualmente, quem procura os Serviços de Atendimento ao Consumidor (SACs) para resolver problemas e esclarecer dúvidas sobre produtos ou serviços tem de falar com vários atendentes, repetir dados pessoais e números de documentos, além de perder tempo ouvindo música. Para tentar facilitar a vida do cliente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou hoje (31) decreto que introduz mudanças no funcionamento dos chamados call centers.

O serviço agora tem de ser gratuito, funcionar todos os dias durante 24 horas e garantir ao consumidor, logo no primeiro menu eletrônico e em todas as suas subdivisões, o contato direto com o atendente. As reclamações têm de ser resolvidas no prazo máximo de cinco dias úteis e as informações solicitadas, respondidas imediatamente.

O pedido de cancelamento de um serviço deve ser registrado imediatamente e os efeitos do cancelamento também devem ser imediatos. Outra novidade é que o comprovante do cancelamento terá que de encaminhado ao consumidor pelo meio que ele indicar, inclusive por e-mail ou outro tipo de correspondência, e sem ônus.

Além disso, o número do telefone para atendimento ao consumidor terá que ser facilitado em todo material impresso que for entregue ao cidadão.

O prazo para que as mudanças estejam totalmente implantadas é de 120 dias, a contar da assinatura do decreto. Depois desse período, as empresas estarão sujeitas a ações de fiscalização e, caso descumpram as normas, poderão receber multas que vão de R$ 200 a R$ 3 milhões.

A nova regulamentação dos call centers abrange setores que são regulados pelo governo e originam o maior número de queixas dos consumidores. São eles: os serviços de telecomunicações, instituições financeiras, companhias aéreas, transportes terrestres, planos de saúde, serviços de água e energia elétrica.

Na avaliação do gerente jurídico do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), Marcos Diegues, o decreto representa um salto de qualidade no atendimento, mas poderia ter incluído outras áreas. “Deveria ser estendido [o decreto] para todo e qualquer atendimento ao consumidor de qualquer segmento e ramo de atividade.”

De acordo com o Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor do Ministério da Justiça, são os Procons, o Ministério Público e as Defensorias Públicas que estarão atentos para defender o consumidor.

O decreto, no entanto, deixa sem solução a regulamentação sobre o tempo máximo de espera para que o consumidor seja plenamente atendido em uma ligação. Para isso será elaborada uma portaria.

Segundo o ministro da Justiça, Tarso Genro, esse tempo ficará em torno de um minuto, podendo variar para mais ou menos, de acordo com as características do serviço prestado. “Seguramente não vai ser o tempo que é hoje, 20 minutos, 15 minutos”, afirmou.

Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil

Autorizado concurso para 1822 vagas no Ministério do Trabalho

O ministro Paulo Bernardo autorizou a realização de concurso público no Ministério do Trabalho e Emprego, com a oferta de 1.822 vagas para cargos da Carreira da Previdência, Saúde e Trabalho do MTE.

A medida foi divulgada nesta quinta-feira, no primeiro caderno do Diário Oficial da União, Portaria nº 238.

Conforme a Portaria, o concurso deverá ocorrer nos próximos 180 dias, mediante a publicação do edital de abertura e demais atos administrativos necessários.

O quantitativo de cargos para o MTE será de 1.628 para agente administrativo, 186 para administrador e oito para economista. O preenchimento das vagas dependerá da disponibilidade de recursos.

Em contrapartida à ocupação dos cargos, 1.878 postos de trabalho terceirizados deverão ser extintos até 31 de julho de 2009.

Fonte: Assessoria do Ministério do Planejamento

Inglesa de 17 anos é morta e esquartejada em Goiânia

Uma garota inglesa de 17 anos foi morta e esquartejada em Goiânia. O tronco de Cara Marrie Burke foi encontrado dentro de uma mala, na última segunda-feira, às margens do Rio Meia Ponte, na Região Leste da Capital.

A identificação, porém, só foi confirmada ontem por uma amiga da vítima que mora em Londres. Ela reconheceu uma das tatuagens de Cara durante reportagem transmitida pela Record Internacional na Inglaterra e acionou a polícia.

O acusado do crime, Mohamed D'Ali Carvalho dos Santos Filho foi preso na manhã de hoje. "Para nós, se trata de crime passional. Eles tinham convivência estável. Se desentenderam e ela ameaçou de denunciá-lo à polícia e à mãe do rapaz (que mora em Londres) por tráfico e uso de drogas. Esse é o motivo", afirmou o titular da Delegacia de Homicídios de Goiânia, Jorge Moreira.

Após a prisão, o acusado foi ouvido e confessou o crime. Ele não quis falar com a imprensa. Além de Mohamed, a polícia também procura outro participante. Ele seria amigo do acusado e auxiliado no transporte das partes do corpo. A polícia já tem a identificação, sabe que ele possui um Monza, mas não revelou maiores detalhes, já que espera prendê-lo nas próximas horas.

Pelo que apurou a polícia o crime ocorreu no próprio apartamento do acusado, no Setor Leste Universitário. A morte, segundo a polícia, ocorreu no sábado. Depois do crime, Mohamed teria levado Cara para o banheiro, deixado o corpo no boxe e foi a uma festa.

No domingo, esquartejou o corpo para facilitar o transporte. E chegou a fotografar o corpo mutilado. No celular do acusado, apreendido pela polícia, foi encontrada foto da garota inglesa já sem os antebraços e as partes inferiores das pernas. A cabeça, também já decepada, aparecia sobre o tronco.

"Ele apresenta uma frieza descomunal. A crueldade na prática desse crime é estarrecedora", avalia o delegado Jorge Moreira. Segundo ele, o transporte das partes decepadas também foi feito em duas viagens.

Segundo o depoimento do acusado, os membros (pernas e braços) foram jogados em um córrego próximo à cidade de Bonfinópolis (33 km da capital). Até o início da tarde, nenhuma das partes havia sido encontrado, mas uma equipe do Corpo de Bombeiros mantém as buscas no local.

"O caso está esclarecido. Agora estamos procurando as partes do corpo que não foram localizadas", ressaltou o delegado Carlos Raimundo, que apura o caso. Junto com o tronco, encontrado na segunda-feira, estava uma faca usada no crime. Após a prisão de Mohamed a polícia achou outra faca, jogada em um bueiro a poucos metros do apartamento do acusado.

"A perícia fará um trabalho completo no apartamento para vestígios do crime e também de drogas", informou Carlos Raimundo. Pelos levantamentos da polícia, o local era usado para consumo e venda de entorpecentes. A vítima, segundo a polícia, também seria usuária de drogas.

Cara Burke e Mohamed se conheceram em Londres, onde ela morava e onde também vivem familiares do acusado. Ela já havia vindo ao Brasil em outras duas oportunidades e, desta vez estava em Goiás há cerca de três meses, período que ficou na casa de Mohamed.

A viagem de volta para o Reino Unido estava marcada para o último dia 20. Porém, antes disso, ela sofreu um acidente de moto e teve que ser hospitalizada, remarcando o embarque de volta para o próximo dia 3 de agosto.

O governo de Goiás, através da Assessoria para Assuntos Internacionais entrou em contato com familiares de Burke em Londres. "Falei com a mãe dela, que está muito abalada. E me disse que é pobre e não tem condições de vir ao Brasil para cuidar do traslado do corpo. E pediu ajuda para o Governo e a embaixada britânica", disse o assessor da pasta, Elie Chediac.

A assessoria informou ainda que já manteve contato com representantes da Embaixada Britânica aqui no Brasil e se colocou à disposição dos familiares para tentar viabilizar o traslado ou a autorização judicial para providenciar o enterro no Brasil.

Na página de relacionamentos que a garota mantinha na Internet, dezenas de mensagens de amigos de Cara manifestam revolta pelo crime. A maioria de amigos brasileiros. "Nossa que pena que acabou assim né....vc era tão linda ... mas Deus sabe o que faz Cara...vai com Deus e que muita luz ilumine sue caminho ...descanse em paz", diz uma delas, com a assinatura de Leila e Fábio.

Sebastião Montalvão
Especial para o UOL
Em Goiânia