O sargento do Exército, Laci Marinho de Araújo foi preso na noite de terça-feira (3) pelo crime de deserção, segundo confirmou a assessoria de imprensa do Comando do Exército. A ordem de prisão foi expedida pela Justiça Militar. Em entrevista à Revista Época, ele assumiu ser gay. Laci e seu companheiro, o também militar Fernando Alcântara de Figueiredo, têm uma relação estável há mais de dez anos. Segundo o jornal Estadão, o sargento Laci de Araújo é potiguar. Ele passou mais de oito dias seguidos sem comparecer ao trabalho, o que caracteriza crime militar de deserção. O militar foi detido após conceder entrevista ao vivo a uma emissora de televisão de São Paulo. De acordo com a reportagem do SPTV, integrantes do Exército cercaram a sede da emissora de TV na noite de terça-feira. Após negociações, às 4h, o sargento saiu, acompanhado do parceiro, e foi levado pelo Exército. De acordo com o Comando do Exército, a homossexualidade do sargento não tem relação com a prisão. O Exército informou que se pronunciará sobre a prisão por meio de nota. O sargento Laci disse que se ausentou do trabalho por problemas de saúde. Ele está detido no hospital do Exército no Cambuci, no Centro de São Paulo. O secretário-geral do Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe), Ariel de Castro Alves, que mediou as negociações com a Polícia do Exército para que o sargento se entregasse, afirmou que Laci alega sofrer de problemas psiquiátricos e que apresentou a eles uma licença médica. Para que o militar se entregasse, foi exigido que ele não fosse enviado a uma prisão do Exército, mas que ficasse detido em um hospital da corporação. Também foi pedido que seu companheiro, o sargento Alcântara, o acompanhasse na enfermaria do hospital. Para Ariel de Castro, a entrevista à Revista Época pode ter acelerado o pedido de prisão pelo crime de deserção. "Em parte, é claro que o Exército acabou acelerando esse procedimento. O Exército não quer exposição pública", disse ele. Procurado pelo G1, o Comando do Exército informou que poderia se manifestar sobre a declaração por meio de nota que, até as 14h30, não havia sido emitida. A Justiça Militar em Brasília deve decidir qual será a pena do oficial pelo crime de deserção.
Com informações do G1 e do Estadão
Com informações do G1 e do Estadão