“As palavras movem, mas são os exemplos que inspiram atitude e comportamento semelhante.”


quinta-feira, 31 de julho de 2008

Inglesa de 17 anos é morta e esquartejada em Goiânia

Uma garota inglesa de 17 anos foi morta e esquartejada em Goiânia. O tronco de Cara Marrie Burke foi encontrado dentro de uma mala, na última segunda-feira, às margens do Rio Meia Ponte, na Região Leste da Capital.

A identificação, porém, só foi confirmada ontem por uma amiga da vítima que mora em Londres. Ela reconheceu uma das tatuagens de Cara durante reportagem transmitida pela Record Internacional na Inglaterra e acionou a polícia.

O acusado do crime, Mohamed D'Ali Carvalho dos Santos Filho foi preso na manhã de hoje. "Para nós, se trata de crime passional. Eles tinham convivência estável. Se desentenderam e ela ameaçou de denunciá-lo à polícia e à mãe do rapaz (que mora em Londres) por tráfico e uso de drogas. Esse é o motivo", afirmou o titular da Delegacia de Homicídios de Goiânia, Jorge Moreira.

Após a prisão, o acusado foi ouvido e confessou o crime. Ele não quis falar com a imprensa. Além de Mohamed, a polícia também procura outro participante. Ele seria amigo do acusado e auxiliado no transporte das partes do corpo. A polícia já tem a identificação, sabe que ele possui um Monza, mas não revelou maiores detalhes, já que espera prendê-lo nas próximas horas.

Pelo que apurou a polícia o crime ocorreu no próprio apartamento do acusado, no Setor Leste Universitário. A morte, segundo a polícia, ocorreu no sábado. Depois do crime, Mohamed teria levado Cara para o banheiro, deixado o corpo no boxe e foi a uma festa.

No domingo, esquartejou o corpo para facilitar o transporte. E chegou a fotografar o corpo mutilado. No celular do acusado, apreendido pela polícia, foi encontrada foto da garota inglesa já sem os antebraços e as partes inferiores das pernas. A cabeça, também já decepada, aparecia sobre o tronco.

"Ele apresenta uma frieza descomunal. A crueldade na prática desse crime é estarrecedora", avalia o delegado Jorge Moreira. Segundo ele, o transporte das partes decepadas também foi feito em duas viagens.

Segundo o depoimento do acusado, os membros (pernas e braços) foram jogados em um córrego próximo à cidade de Bonfinópolis (33 km da capital). Até o início da tarde, nenhuma das partes havia sido encontrado, mas uma equipe do Corpo de Bombeiros mantém as buscas no local.

"O caso está esclarecido. Agora estamos procurando as partes do corpo que não foram localizadas", ressaltou o delegado Carlos Raimundo, que apura o caso. Junto com o tronco, encontrado na segunda-feira, estava uma faca usada no crime. Após a prisão de Mohamed a polícia achou outra faca, jogada em um bueiro a poucos metros do apartamento do acusado.

"A perícia fará um trabalho completo no apartamento para vestígios do crime e também de drogas", informou Carlos Raimundo. Pelos levantamentos da polícia, o local era usado para consumo e venda de entorpecentes. A vítima, segundo a polícia, também seria usuária de drogas.

Cara Burke e Mohamed se conheceram em Londres, onde ela morava e onde também vivem familiares do acusado. Ela já havia vindo ao Brasil em outras duas oportunidades e, desta vez estava em Goiás há cerca de três meses, período que ficou na casa de Mohamed.

A viagem de volta para o Reino Unido estava marcada para o último dia 20. Porém, antes disso, ela sofreu um acidente de moto e teve que ser hospitalizada, remarcando o embarque de volta para o próximo dia 3 de agosto.

O governo de Goiás, através da Assessoria para Assuntos Internacionais entrou em contato com familiares de Burke em Londres. "Falei com a mãe dela, que está muito abalada. E me disse que é pobre e não tem condições de vir ao Brasil para cuidar do traslado do corpo. E pediu ajuda para o Governo e a embaixada britânica", disse o assessor da pasta, Elie Chediac.

A assessoria informou ainda que já manteve contato com representantes da Embaixada Britânica aqui no Brasil e se colocou à disposição dos familiares para tentar viabilizar o traslado ou a autorização judicial para providenciar o enterro no Brasil.

Na página de relacionamentos que a garota mantinha na Internet, dezenas de mensagens de amigos de Cara manifestam revolta pelo crime. A maioria de amigos brasileiros. "Nossa que pena que acabou assim né....vc era tão linda ... mas Deus sabe o que faz Cara...vai com Deus e que muita luz ilumine sue caminho ...descanse em paz", diz uma delas, com a assinatura de Leila e Fábio.

Sebastião Montalvão
Especial para o UOL
Em Goiânia

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