“As palavras movem, mas são os exemplos que inspiram atitude e comportamento semelhante.”


terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Dessalinização da água pode ajudar a combater mortalidade infantil no Semi-Árido

A substituição do material importado para dessalinização da água, a partir de pesquisa coordenada pelo professor Kepler França na Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), na Paraíba, segundo informações do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que financia o projeto, está a redução dos custos de produção. Por intermédio do CNPq, o professor afirma que a conseqüência mais positiva é o que a dessalinização da água salobra, transformada em água doce ou potável, pode trazer para a saúde, em especial para o combate à mortalidade infantil na região do Semi-Árido nordestino. O município paraibano de Serra Branca, onde está centralizada a pesquisa, tem um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 0,662 e ocupa a 3.567ª posição no Brasil. Lá é alto o índice de mortalidade infantil: de cada mil crianças nascidas no município, 44 morrem antes de completar um ano de idade.
"Com esse projeto alcançamos impactos significativos na área de saúde e para a melhoria da qualidade de vida, com o consumo de água de boa qualidade, conseqüentemente contribuindo para a redução da mortalidade infantil e o combate ao baixo nível de desenvolvimento humano, social e econômico", disse o professor Kleper França. Os dados e necessidades relativos à cidade de Serra Branca, segundo o coordenador da pesquisa, "são também um reflexo do que ocorre em diversos municípios do Semi-Árido brasileiro, revelando a necessidade urgente de melhoria de qualidade de vida da população dessas regiões". Ainda segundo os dados do professor Kleper França, repassados pelo CNPq, na década de 1990, com os avanços tecnológicos e os programas oficiais de apoio a municípios afetados pela seca, montadoras nacionais viabilizaram melhorias para as unidades de dessalinização, aproveitando a água salobra de poços já perfurados e transformando as unidades para capacidades de porte médio, de 2 mil a 5 mil litros por hora, mas usando tecnologia importada. O projeto em desenvolvimento pela equipe do professor Kleper França no Laboratório de Referência em Dessalinização (Labdes) da UFCG, em parceria com a Coordenação dos Programas de Pós-graduação de Engenharia (Coppe) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), busca substituir a tecnologia importada por uma congênere nacional, bem mais barata e mais adaptada à realidade regional onde está sendo aplicada.

Agência Brasil

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