“As palavras movem, mas são os exemplos que inspiram atitude e comportamento semelhante.”


sábado, 23 de fevereiro de 2008

Lula comemora fim da dívida externa

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comemorou ontem, em discurso de improviso no Congresso argentino, o fato de o Brasil ter se tornado credor externo e avisou que, agora, é hora de gastar com a infra-estrutura. “Apenas a partir de ontem, a gente passou a ter mais reservas que a nossa dívida pública e dívida privada. Nós precisamos agora, aproveitar, uma situação, se não privilegiada, melhor, e começar a nos endividar, não para gastar dinheiro à toa, mas para gastar com infra-estrutura para facilitar o desenvolvimento da América do Sul”, declarou o presidente, lembrando que “em 500 anos de história nós fomos devedores”. Ele foi aplaudido pelos parlamentares argentinos. “Quantas pontes precisamos construir? Quantas hidrelétricas precisamos construir? Quanto precisamos investir nos meios de comunicação? Quantas ferrovias precisamos construir para, definitivamente, acreditar que o século 21 é o século dos países que não tiveram sorte ou chance no século 20?” - indagou o presidente. “Estamos colhendo os frutos de uma estratégia de crescimento sólido que tem como eixo o aumento do comércio exterior e da forte expansão de um mercado de bens de consumo de massas”, disse o presidente, que comemorou outros dados econômicos que considera positivos. “É visível o aumento do emprego e da renda do trabalhador, com impacto direto na superação da pobreza e da desigualdade social”, disse Lula, ressaltando que os países da região “não estão desatentos aos fatores macroeconômicos”. E prosseguiu: “controlamos a inflação, diminuímos sensivelmente a vulnerabilidade externa de nossas economias, o que tem nos preservado da atual turbulência internacional”. Salientou ainda que os dois países, no entanto, têm “imensos desafios econômicos e sociais”. Lula voltou a defender o fortalecimento do Mercosul e sua ampliação. “Unidos podemos demonstrar a solidez de nossas instituições”, declarou o presidente acrescendo que “a criação do Banco do Sul multiplica a nossa força e oferece salutar exemplo ao mundo em meio às incertezas de turbulências geradas pela irresponsável especulação financeira internacional”. O presidente salientou as “boas relações” entre Brasil e Argentina e lembrou das divergências do primeiro mandato. Segundo ele, hoje há “uma aliança estratégica e de amizade inquebrantável entre os dois países”. Lula reiterou que não haverá crescimento verdadeiro no Brasil sem uma integração crescente com a Argentina e os vizinhos. “Juntos seremos mais fortes para enfrentar o protecionismo na Rodada Doha.” Ainda no discurso, Lula comemorou o fato de os governantes desta geração terem chegado ao poder pela via democrática. “À exceção das Farc, os partidos de esquerda chegaram ao poder pela via democrática.” Referindo-se à importância do Congresso na sociedade democrática, os tempos de deputado.”Quando estamos no parlamento, somos mais exigentes. No governo não temos o direito de achar, temos que fazer o que é possível e o que é permitido fazer.”
Fonte: Tribuna do Norte

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