Várias instituições do Estado receberam o Diagnóstico Espeleológico do Rio Grande do Norte - versão 2008, em cerimônia realizada na manhã de ontem, no auditório do Ibama. Representantes do Idema, UFRN, Petrobras, DNPM (Departamento Nacional de Produção mineral), entre outros órgãos, estiveram presentes na palestra que apresentou o resultado dos estudos e expedições feitos pelo Cecav, setor de espeleologia do órgão federal de defesa do meio ambiente., desde a instalação da base do RN, em 1999. O coordenador da unidade do Cecav do Ibama-RN, espeleólogo Jocy Cruz, atesta a importância do documento e do municiamento às instituições no sentido de mantê-las a par do rico patrimônio de cavernas do Estado. “Nós mostramos, através de mapas georeferenciados, a localização exata das 256 cavidades naturais subterrâneas que temos registradas, as chamadas geocave”, declarou. A importância do diagnóstico está intimamente ligado à preservação dos ecossistemas porque evitará o licenciamento de atividades conflitantes em áreas de proteção ambiental. “Quando os órgãos emitirem licenças, saberão exatamente se existe ou não caverna no local”, explicou. Atualmente, as atividades de mineração do DNPM estão localizadas em áreas que correspondem a 78,52% do patrimônio de cavernas. A atividade petrolífera atinge 37,89 % das cavidades e, a mineração de calcário, 19,92%. Os estudos e expedições realizadas pela base potiguar do Cecav proporcionaram o aumento de registros do patrimônio, fato que eleva o Estado à condição de segundo maior do Nordeste em número de cavernas catalogadas, perdendo apenas para a Bahia. A base foi instalada em 1999 e pela primeira vez os órgãos licenciadores receberam material completo e vasto sobre esse patrimônio. Por estudar e pesquisar ambientes de rara beleza, a espeleologia atrai pesquisadores amadores. Nesses casos, vale salientar que o visitante deve tomar alguns cuidados como não participar de expedições sem a presença de um espeleólogo profissional, informa-se sobre a delicadeza do ecossistema, manter a caverna e seu entorno limpos, trazendo de volta todo o lixo gerado (seja orgânico ou não). Para Cruz, defensor incondicional da preservação das cavernas, a importância da espeleologia como pesquisa científica vai além da preservação do ambiente físico das cavidades subterrâneas. Ele destaca que existem seres vivos específicos desse tipo de ambiente: “somente com a pesquisa sistematizada conseguimos apurar descobertas”. O Patrimônio Espeleológico do RN atualmente é composto por 256 cavidades naturais.
Tribuna do Norte
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