“As palavras movem, mas são os exemplos que inspiram atitude e comportamento semelhante.”


segunda-feira, 21 de abril de 2008

Brasil vive 'homocausto', afirma presidente do Grupo Gay da Bahia

O Brasil é o campeão mundial de assassinatos de homossexuais. A constatação é do antropólogo e presidente do Grupo Gay da Bahia, Luiz Mott. Em entrevista à Rádio Nacional, ele disse que são mais de 100 casos por ano – o que, na média da organização, resulta em um homossexual ou travesti assassinado a cada três dias. Em 2007, foram 122. “Vivemos um verdadeiro 'homocausto". O México é o país com o segundo maior número de assassinatos anuais (35) seguido pelos Estados Unicos, que tem 25 casos, o que proporcionalmente à população significa muito menos. "Lá, são 100 milhões de habitantes a mais do que aqui", destaca Mott. Para ele, o Brasil precisa erradicar esse tipo de crime, sob pena de passar à história como o país mais homofóbico do mundo. De acordo com Mott, neste ano o Grupo Gay da Bahia contabilizou 49 casos de assassinatos de homossexuais até 14 de abril. Ele disse que só aumenta o número de travestis mortos. “Há uma tendência nova. Os travestis sempre representaram 25% a 30% dos casos de mortes. Neste ano, eles são metade dos casos. Como elas representam uma faixa de 30 mil habitantes brasileiros, então as chances de uma travesti morrer assassinada é 259 vezes maior do que um gay do sexo masculino”. Os dados da organização são coletados na internet e nos jornais. Por isso, o presidente do Grupo Gay acredita que os números podem ser ainda maiores. Segundo ele, “não existem estatísticas oficiais sobre assassinados gays”, o que revela descaso das autoridades com esse segmento da população. “É fundamental que o governo institua aulas de educação sexual em todos os níveis escolares para ensinar o respeito ao homossexual e ao travesti. Depois, que a polícia e a Justiça punam severamente quem mata homossexuais. Em terceiro lugar, é preciso que gays e lésbicas saiam do armário, assumam sua identidade e denunciem quando forem ameaçados”.

Agência Brasil

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