“As palavras movem, mas são os exemplos que inspiram atitude e comportamento semelhante.”


segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Garibaldi diz que só desiste de candidatura no Senado se PMDB quiser

Candidato à reeleição para a presidência do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), disse nesta segunda-feira que só desistirá de concorrer ao cargo se o PMDB determinar. "Só desisto se o PMDB disser 'você não é mais candidato' porque aí sem o apoio do partido fica difícil [continuar na disputa]", afirmou. "E achar outro partido não é fácil", brincou.

O senador se referiu a um eventual pedido coletivo dos 18 senadores do PMDB para que ele abandonasse a candidatura. Garibaldi lembrou que recebeu o apoio de todos os senadores para se lançar candidato, inclusive de dois que não estavam presentes à reunião em que foi oficializada seu nome, no final do ano passado.

Garibaldi disse ainda que não foi comunicado sobre a possibilidade de o senador José Sarney (PMDB-AP) ser lançado na disputa como alternativa também do PMDB para assumir o comando do Senado. "O senador José Sarney não conversou comigo. Nem ninguém do partido", disse.

Porém, interlocutores da base aliada que apoia o governo informam que Sarney sinaliza que poderá se lançar na disputa se houver um apelo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e acordo entre os líderes partidários de que será o único nome posto na disputa pela presidência do Senado.

A expectativa é que Sarney e Lula conversem ainda esta semana. Para líderes partidários, o nome do senador é o único que conseguiria consenso entre todas as legendas.

Final

Bem-humorado, Garibaldi reiterou nesta segunda-feira que "levará sua candidatura até o final". O peemedebista lembrou que disputou 11 eleições durante sua vida política e só perdeu uma para o governo do Estado.

Ao ser questionado se abriria mão da candidatura por Sarney ou em favor do petista Tião Viana (AC), Garibaldi abanou a cabeça negativamente. "Não há esse candidato que vai me botar para correr", disse o senador, soltando uma gargalhada em seguida.

Mas o peemedebista afirmou que aceita que Tião venha a abandonar a candidatura a seu favor.

Restrições

Há um impasse na disputa para o comando do Senado. O PT insiste no nome do senador Tião Viana (AC), que encontra restrições no PMDB e vários partidos. Já o nome de Garibaldi também esbarra em restrições porque para integrantes da oposição sua eventual reeleição abriria brechas para uma tentativa de terceiro mandato para Lula.

Garibaldi negou a possibilidade de sua reeleição vir a favorecer um eventual terceiro mandato para o presidente da República. Segundo ele, não há vínculos entre uma situação e outra. "Isso é uma coisa esdrúxula. Uma coisa não tem nada a ver com a outra", afirmou. "Isso [de terceiro mandato] está fora de cogitação", reiterou.

Mas integrantes do PSDB e DEM não examinam o assunto dessa forma. Aliado ao receio de um eventual terceiro mandato para Lula, os senadores de oposição cobram o atendimento de alguns pleitos por parte de Garibaldi e também de seu adversário Tião Viana (PT-AC).

Se as reivindicações, como cargos na Mesa e participação nas comissões permanentes, não forem atendidas, há ameaças de lançamento de um outro candidato, desta vez da oposição, na disputa pela presidência do Senado.

"Essa gente [que faz ameaças] tem que mostrar a cara e dizer quem é", afirmou o peemedebista, que retornou hoje a Brasília depois de passar as festas de fim de ano em Natal (RN).

RENATA GIRALDI
da Folha Online, em Brasília

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