“As palavras movem, mas são os exemplos que inspiram atitude e comportamento semelhante.”


sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Meios demite 80 funcionários em Caicó

Cerca de oitenta funcionários do MEIOS (Movimento de Integração e Orientação Social), que trabalhavam nas creches de Caicó, receberam a notícia das demissões e foram convocadas para assinarem o aviso prévio, na Central do Trabalhador, na quinta-feira passada.

O clima era de angústia e com a notícia espalhada pela cidade, mães de crianças carentes ficaram com a indefinição sobre o futuro dos seus filhos, porque não sabem se as creches irão funcionar. A coordenadora regional do MEIOS, Larissa Trícia, não quis falar com a imprensa.

O contador do órgão, Agenor Pereira, foi quem deu explicações. "O MEIOS é uma ONG de personalidade jurídica própria e que vive através de convênios. Com a lei federal da educação em vigor, então o convênio entre o MEIOS e a prefeitura foi encerrado. A ONG não tem como ficar com esse pessoal e não tem como remanejar. E por isso os contratos foram extintos", informou.

contratos

O contador disse que o caso não é específico de Caicó, mas que atinge todas as prefeituras. Por esse motivo, os funcionários, independente do tempo de serviço, tiveram seus contratos rescindidos. "A demissão será como celetistas. Vão receber os direitos trabalhistas de conformidade com a lei. Eles estão assinando o aviso prévio e daqui para o final do prazo de trinta dias todos irão receber seus direitos trabalhistas", narrou Agenor Pereira.

Francisca Lúcia da Silva, 44 anos, residente no Bairro Walfredo Gurgel, que está no rol das demissões, estava no MEIOS há quatro anos, trabalhando na função de ASG. "Eu não sabia que ia acontecer isso. Me avisaram que hoje teria uma reunião. Mas quando eu cheguei aqui recebi a notícia que estava demitida. Eu moro de aluguel, meu marido está desempregado e agora eu também, não sei o que vou fazer sem o salário mínimo que ganhava", comentou.

Maria Queiroz, residente no Bairro Boa Passagem, com 18 anos de trabalho no MEIOS, também disse que foi pega de surpresa. "A gente vai receber esse dinheiro da indenização, mas é um dinheiro que se acaba. Eu preferia ficar trabalhando do que receber as contas. A gente que é mãe de família está preocupada sem saber o que fazer com tudo isso. Hoje arrumar um emprego é difícil, quanto mais para quem não tem estudo. Eu não sei o que vai ser da gente".

Fonte: DN Online

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