Mesmo estando a mais de 6,5 mil km do epicentro, os equipamentos instalados na Estação Sismológica de Riachuelo, a 74 km de Natal, registraram o tremor de terra que abalou a Itália na última segunda-feira. O registro das vibrações durou mais de três horas. Segundo explicou o coordenador do laboratório sismológico da UFRN, Joaquim Mendes da Fonseca, quanto mais distante do ponto central do terremoto, maior a duração do registro.
O especialista afirma que eventos como os que abalaram a Itália não podem ser previstos nem evitados. ‘‘As pessoas que dizem que podem prever um terremoto não podem ser confiáveis. Um sismólogo jamais trabalharia dessa forma’’, alertou. Mesmo sem poder prever os movimentos sismológicos, o professor tranquilizou os moradores de João Câmara, município que já registrou o terceiro maior terremoto do país. ‘‘A região está tranquila ultimamente’’, disse. E citou outros terremotos que foram sentidos pelos potiguares desde o, sempre lembrado, episódio de 1986 em João Câmara. ‘‘Tivemos em 2007 o de Tabuleiro Grande e outro em 2006, que pôde ser sentido até aqui em Natal’’, lembrou.
A localização da estação é estratégica, ‘‘na curva do continente’’, explica o professor, e pode passar despercebida aos olhos mais distraídos. Fincada na Serra da Formiga, foi erguida uma casinha branca em terreno comprido e ladeada por uma antena parabólica. É a RCBR que aparece no portal da GSN. ‘‘Ela funciona 24h por dia e não precisa de ninguém para operar os equipamentos. Só se tiver algum problema de manutenção. Os dados não passados via satélite e podem ser acessados imediatamente pela internet’’, disse.
Os tremores que chegaram aos equipamentos instalados em solo potiguar apontaram para a magnitude de 6,3. ‘‘Essa unidade de medida é melhor de se trabalhar, pois evita a confusão que vemos por ai. Existem diferentes escalas. A mais conhecida é a Richter, porém, eventualmente, vemos números nos jornais que divergem. O motivo é a escala utilizada. A magnitude é melhor de ser trabalhada pois é um número absoluto, uma média de todas as escalas’’, explicou.
Atividades sismológicas como a que abalou a Itália acontecem diariamente. O diferencial são os danos causados à humanidade. ‘‘Tremor de terra tem todo dia. Os efeitos sociais é que fazem o diferencial’’, determina. Como argumento, Joaquim Mendes da Fonseca mostra um terremoto registrado na última terça-feira, de magnitude superior (6,9) e um dia após ao abalo que atingiu a Itália. Este sem nenhuma repercussão. ‘‘Foi nas Ilhas Kuril, lá no meio do Oceano Pacífico, perto da Rússia. Não teve vítimas’’, citou.
A Estação Sismológica de Riachuelo (registrada sob o código RCBR) possui dois poços - um de 136 metros e outro de 45 metros de profundidade - perfurados no granito da Serra da Formiga. Esses equipamentos pertecem a um grupo formado por três estações localizadas no Brasil e ligadas ao Global Seismographic Network - GSN (rede global de sismologia, em tradução literal). Os registros colhidos diariamente por ela são enviados por satélite para a central nos Estados Unidos, onde os dados são avaliados e distribuídos para todo o mundo.
Memória:
Um abalo de 5,3 graus na escala Richter, similar ao que aconteceu na Itália e na época o de maior magnitude já ocorrido na região Nordeste, foi registrado, no município de João Câmara, em 30 de novembro de 1986. Outros tremores já haviam acontecido na região e moradores começaram a deixar a cidade temendo presságios que anunciavam tremores mais intensos cujas consequências transformariam João Câmara em um rio. A terra voltou a tremer mais três vezes dois dias depois. Dessa vez os registros sismológicos foram de 4,1 graus na escala Richter. João Câmara está sobre uma região de contraste geológico marcante, com mais de 100 milhões de anos.
Fonte: Gabriela Freire
Da equipe do diário de natal
O especialista afirma que eventos como os que abalaram a Itália não podem ser previstos nem evitados. ‘‘As pessoas que dizem que podem prever um terremoto não podem ser confiáveis. Um sismólogo jamais trabalharia dessa forma’’, alertou. Mesmo sem poder prever os movimentos sismológicos, o professor tranquilizou os moradores de João Câmara, município que já registrou o terceiro maior terremoto do país. ‘‘A região está tranquila ultimamente’’, disse. E citou outros terremotos que foram sentidos pelos potiguares desde o, sempre lembrado, episódio de 1986 em João Câmara. ‘‘Tivemos em 2007 o de Tabuleiro Grande e outro em 2006, que pôde ser sentido até aqui em Natal’’, lembrou.
A localização da estação é estratégica, ‘‘na curva do continente’’, explica o professor, e pode passar despercebida aos olhos mais distraídos. Fincada na Serra da Formiga, foi erguida uma casinha branca em terreno comprido e ladeada por uma antena parabólica. É a RCBR que aparece no portal da GSN. ‘‘Ela funciona 24h por dia e não precisa de ninguém para operar os equipamentos. Só se tiver algum problema de manutenção. Os dados não passados via satélite e podem ser acessados imediatamente pela internet’’, disse.
Os tremores que chegaram aos equipamentos instalados em solo potiguar apontaram para a magnitude de 6,3. ‘‘Essa unidade de medida é melhor de se trabalhar, pois evita a confusão que vemos por ai. Existem diferentes escalas. A mais conhecida é a Richter, porém, eventualmente, vemos números nos jornais que divergem. O motivo é a escala utilizada. A magnitude é melhor de ser trabalhada pois é um número absoluto, uma média de todas as escalas’’, explicou.
Atividades sismológicas como a que abalou a Itália acontecem diariamente. O diferencial são os danos causados à humanidade. ‘‘Tremor de terra tem todo dia. Os efeitos sociais é que fazem o diferencial’’, determina. Como argumento, Joaquim Mendes da Fonseca mostra um terremoto registrado na última terça-feira, de magnitude superior (6,9) e um dia após ao abalo que atingiu a Itália. Este sem nenhuma repercussão. ‘‘Foi nas Ilhas Kuril, lá no meio do Oceano Pacífico, perto da Rússia. Não teve vítimas’’, citou.
A Estação Sismológica de Riachuelo (registrada sob o código RCBR) possui dois poços - um de 136 metros e outro de 45 metros de profundidade - perfurados no granito da Serra da Formiga. Esses equipamentos pertecem a um grupo formado por três estações localizadas no Brasil e ligadas ao Global Seismographic Network - GSN (rede global de sismologia, em tradução literal). Os registros colhidos diariamente por ela são enviados por satélite para a central nos Estados Unidos, onde os dados são avaliados e distribuídos para todo o mundo.
Memória:
Um abalo de 5,3 graus na escala Richter, similar ao que aconteceu na Itália e na época o de maior magnitude já ocorrido na região Nordeste, foi registrado, no município de João Câmara, em 30 de novembro de 1986. Outros tremores já haviam acontecido na região e moradores começaram a deixar a cidade temendo presságios que anunciavam tremores mais intensos cujas consequências transformariam João Câmara em um rio. A terra voltou a tremer mais três vezes dois dias depois. Dessa vez os registros sismológicos foram de 4,1 graus na escala Richter. João Câmara está sobre uma região de contraste geológico marcante, com mais de 100 milhões de anos.
Fonte: Gabriela Freire
Da equipe do diário de natal
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