“As palavras movem, mas são os exemplos que inspiram atitude e comportamento semelhante.”


quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Dengue volta a ameaçar população no início do ano

A dengue é uma ameaça mais séria no início do ano. A atenção das autoridades sanitárias volta-se agora para o comportamento que a epidemia terá no País nesse período. É entre janeiro e maio que ocorre maior número de casos da doença. Em 2007, 82% dos casos foram notificados nos primeiros cinco meses do ano.
Embora o ano passado tenha registrado 200 mil casos da doença a mais do que em 2006, há agora uma perspectiva um pouco menos sombria. Levantamento rápido para detectar focos do inseto transmissor da doença, o Aedes aegypti, feito no fim de 2007, mostrou um índice de infestação menor do que o 2006. O trabalho indicou uma queda de 17% no número de áreas de risco de epidemia. Apesar da redução, há ainda muitos motivos para atenção com a doença. O levantamento mostra que 32,6 milhões de pessoas vivem em municípios considerados de alerta ou de risco para epidemia - o que corresponde a 48% da população.
Além disso, o estudo é um instrumento útil apenas para orientar as ações de prevenção. Caso as medidas não sejam adotadas, nada impede que o número de criadouros aumente com a chegada das chuvas.
Um dos problemas detectados pelo levantamento foi em relação ao tipo de criadouro encontrado. Nas regiões Norte e Nordeste do País, a maioria dos focos do Aedes estava relacionadas a falhas de infra-estrutura. Boa parte dos municípios analisados pelo levantamento nas duas regiões apresentou maior proporção de Aedes aegypti em caixas d’água e poços - artifícios usados pela população que não tem abastecimento contínuo de água. E não há, a curto prazo, nenhuma perspectiva de que a situação nestas regiões seja mudada. A alternativa será checar se caixas estão bem fechadas e usar inseticidas quando houver larvas do mosquito nos depósitos de água.
Além de controlar número de casos, o programa de combate à dengue tem ainda o desafio de tentar reduzir a taxa de letalidade da doença. Nos últimos anos, a proporção do número de mortes vem aumentando. Em 2002, quando foi registrado o maior pico da doença, 5,5% dos doentes morreram. Em 2007, a taxa de letalidade foi duas vezes maior. Quanto mais antiga a epidemia, maior o risco de doentes contraírem a forma hemorrágica da doença. Este tipo de dengue, mais grave, ocorre quando o paciente já teve a doença uma vez e se infecta novamente, por um outro sorotipo do vírus da dengue. Atualmente, há três tipos de vírus circulante: o Den 1, Den 2 e Den 3. Além de maior número de casos de dengue hemorrágica, há falhas no tratamento para tais pacientes. Para tentar melhorar o atendimento, o Ministério da Saúde enviou material explicativo sobre a doença para médicos que integram a lista do Conselho Federal de Medicina.

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