“As palavras movem, mas são os exemplos que inspiram atitude e comportamento semelhante.”


segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Quase 90% dos municípios brasileiros não têm Corpo de Bombeiros

Levantamento realizado pela Agência Brasil mostra que dos 5.564 municípios brasileiros, somente 635 (ou 11,41%) dispõem de uma brigada do Corpo de Bombeiros Militar. O Rio de Janeiro é o Estado com maior abrangência do serviço. Dos 92 municípios existentes, 43 dispõem de uma brigada militar, o que representa quase 47% do total. Para o tenente-coronel Jadyr de São Sabbas, assessor chefe de comunicação social do Corpo de Bombeiros do Estado, o alto índice pode ser explicado pelo fato de o Rio de Janeiro ser o principal pólo de turismo nacional e internacional do país. O Maranhão apresentou o pior resultado, segundo a pesquisa. Dos 217 municípios do Estado, apenas três (1,38%) contam com Corpo de Bombeiros Militar. O coronel Carlos Robério dos Santos, comandante operacional, explica que o atraso da instituição se deve ao processo de emancipação do Corpo de Bombeiros da Polícia Militar, desde a década de 90. "Com isso, a corporação teve um atraso muito grande e só agora nós estamos lutando e já temos projeto para colocar em mais três municípios grandes, industriais e populosos", afirmou. Em algumas das cidades em que o Corpo de Bombeiros não está presente, cidadãos civis se organizam e formam brigadas de incêndio. Os chamados "bombeiros comunitários" recebem treinamento para atuar em casos de incêndio e acidentes. Contudo, na maioria dos municípios não existe nenhuma das duas entidades.
Este é o caso de Rio Piracicaba, em Minas Gerais. Na primeira noite do ano oito presos morreram em um incêndio na cadeia do município. Na cidade, com pouco mais de 14 mil habitantes, não há guarnição do Corpo de Bombeiros nem cidadãos treinados para a função de socorrista. As leis que versam sobre os serviços de bombeiros são estaduais. Não existe legislação federal que trate do assunto. De modo geral, a legislação existente determina apenas que é obrigação do Estado prover o serviço, mas não define que uma cidade com um número mínimo de habitantes tenha obrigatoriamente uma brigada militar. Para o especialista em Segurança Pública Antônio Flávio Testa, da UNB (Universidade de Brasília), o problema faz com que o Estado não consiga garantir cidadania a seus habitantes.

Da Agência Brasil

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