“As palavras movem, mas são os exemplos que inspiram atitude e comportamento semelhante.”


sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Médico brasileiro é preso no Líbano por suspeita de terrorismo

O médico brasileiro Mohamed Kassen Omais está preso no Líbano desde a última sexta-feira (15), acusado de terrorismo. Segundo a família do médico, ele foi confundido com um homônimo cujo nome consta de uma lista de terroristas procurados.
Mohamed viajava com a esposa, a pediatra Gisele do Couto Oliveira. Os dois foram buscar os filhos que passavam as férias na casa dos avós paternos, no Vale do Bekaa, região leste do país. Ao desembarcar em Beirute, o casal foi abordado por policiais. Gisele foi avisada que Mohamed teria que responder a algumas perguntas, e que ela deveria ir embora porque o interrogatório iria demorar. Desde então ela não o viu mais.
O irmão de Mohamed, o também médico Ali Kassen Omais, confirmou a prisão à Agência Brasil, por telefone, esta tarde. “Ficamos sabendo da prisão no sábado (16). No mesmo dia, eu procurei entrar em contato com a embaixada brasileira no Líbano para saber o que estava acontecendo. Como era sábado, ela estava fechada. Meus pais esperaram até a segunda-feira (18) para comunicar o que tinha ocorrido”, contou Ali.
Segundo ele, desde que foi informada a embaixada tem dado assistência à família.
Ali acredita que Mohamed teria sido confundido com uma pessoa que tem o mesmo nome, mas que vive no sul do Líbano. “Até os nomes dos pais são idênticos, e a polícia libanesa quer ter certeza de que não se trata do meu irmão”. Ali garante que Mohamed não tem qualquer ligação com grupos políticos ou terroristas. “Ele nunca teve nenhuma ligação política, nem mesmo no Brasil, que dirá fora do país. O único vínculo do meu irmão com o Líbano é que nossos pais são libaneses e hoje vivem lá. Meu irmão nasceu, se formou e sempre morou no Brasil”. De acordo com Ali, há muitos anos Mohamed não visitava o país de seus pais. Até esta manhã, a família não tinha idéia de onde o médico brasileiro se encontrava. “Meu pai só sabe que, até ontem (19), o Mohamed estava sendo interrogado pelo serviço de inteligência libanês. Agora, em que lugar, não sabemos. Meu irmão telefonou duas vezes para os meus pais e disse que tem sido bem tratado e que não tem tido maiores problemas, mas estamos ansiosos para saber o por quê desta prisão”. Ainda surpreso com o episódio, Ali garante que tudo não passa de uma confusão. “Meu irmão, e toda a família, foi surpreendida. Esperamos que isso logo seja esclarecido perante a Justiça libanesa”.

Agência Brasil

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