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quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Esquema de fraude no Detran do Ceará pode ter beneficiado mais de 5.000

Uma quadrilha que agia no Detran (Departamento Estadual de Transito) do Ceará pode ter beneficiado mais de 5.000 pessoas com emissão ilegal de CNH (Carteira Nacional de Habilitação) e falsificação de documentos de veículos, segundo a polícia. O grupo foi desarticulado nesta quinta-feira, na Operação Lótus, que prendeu 24 suspeitos nas cidades cearenses de Fortaleza, Guaiúba e Tabuleiro do Norte.

A operação começou às 5h30 de hoje e envolveu cerca de 150 agentes da PRF (Polícia Rodoviária Federal) de oito Estados, promotores de Justiça e integrantes da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social.

Durante a operação foram apreendidos carteiras de motorista e licenciamento anual em branco, computadores, armas, agendas, placas de veículos, ferramentas para adulteração de chassis, lacres, entre outras coisas.

As investigações sobre o esquema começaram em junho de 2007, de acordo com a Divisão de Combate ao Crime da Polícia Rodoviária Federal. As suspeitas começaram devido ao aumento do número de recursos de multas aplicadas em rodovias que cortam o Estado. Em sua defesa, a maioria dos motorista alegava que não costumava transitar pelos locais identificados nos autos de infração.

As investigações constataram um esquema de clonagem de veículos que envolvia funcionários do Detran, comerciantes e despachantes. Segundo a Polícia Rodoviária, a quadrilha agia há pelo menos três anos.

Com procurações falsas, o grupo passava por proprietários de veículos e requeriam ao Detran as segundas vias de licenciamento de veículos e carteiras de habilitação.

Em seguida, a quadrilha clonava outros veículos --muitos deles apreendidos pelo próprio órgão-- e os revendia com a documentação adulterada. No Detran, os funcionários que participavam do esquema facilitavam a vistoria.

Outra fraude praticada pelo grupo era clonar carteiras de motorista, alterando as fotografias do documento. Com isso, as multas aplicadas eram registradas no nome do verdadeiro dono.

Segundo a polícia, a quadrilha chegou a transferir pontos de infrações de trânsito para o prontuário de pessoas mortas e a expedir, sem a realização de exames médicos, habilitações para analfabetos ou portadores de deficiência visual ou motora.

Os presos na operação devem responder a crimes como corrupção ativa e passiva, falsificação de documentos, uso de documento falso, tráfico de influência, falsidade ideológica, supressão de documentos, adulteração de veículos e formação de quadrilha.

Fonte: Folha

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