“As palavras movem, mas são os exemplos que inspiram atitude e comportamento semelhante.”


quinta-feira, 4 de junho de 2009

Deputados de MS querem mudar nome do Estado após derrota para sediar Copa

A decepção provocada pela derrota de Campo Grande na disputa pela "sede pantaneira" da Copa do Mundo de 2014 --que ficou com Cuiabá (MT)-- fez ressuscitar na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul um antigo movimento que defende um novo nome para o Estado: Pantanal.

A ideia foi apresentada ontem em plenário a partir de um requerimento do deputado Antônio Carlos Arroyo (PR), que conseguiu recolher assinaturas de 15 congressistas em apoio "ao aprofundamento do debate". "O nome atual nos causa muitos transtornos e não ajuda a divulgar nossas belezas naturais", diz Arroyo.

Definido em 1977 --com a divisão de Mato Grosso e a criação do novo Estado--, o nome atual teria sido escolhido "nos gabinetes de Brasília", diz o deputado. "É comum sermos chamados de Mato Grosso por visitantes, veículos de imprensa e até ministros", reclama.

Dois terços do Pantanal ficam em Mato Grosso do Sul. Para o deputado Amarildo Cruz (PT), a mudança tem de ocorrer "antes de 2014". "Do contrário, Cuiabá passará a ser conhecida como a capital do Pantanal, em um Estado que tem a menor parte dele", diz.

A mais recente tentativa de mudar o nome do Estado para Pantanal ocorreu por iniciativa do então governador José Orcírio Miranda dos Santos, o Zeca do PT (1999-2006). À ocasião, segundo Cruz, a discussão foi "desqualificada" pela oposição.

"Diziam que o governador estava interessado é na nova sigla: PT. E o fato é que, se tivesse havido a mudança, certamente Campo Grande teria tido melhor sorte na disputa. A Fifa não teria como explicar ao mundo que a sede pantaneira ficaria fora do Estado do Pantanal", afirma Cruz.

Contrário à mudança, o deputado Jérson Domingos (PMDB), presidente da Assembleia, disse não acreditar que um nome diferente pudesse ter influência na escolha da Fifa. "Não se tratou de uma escolha técnica. Fosse qual fosse o nome, não mudaria absolutamente nada", diz ele.

Domingos se disse favorável à discussão, mas considera o momento inoportuno. "Temo que o Estado possa virar motivo de chacota por parte de Mato Grosso, ou seja, além perdermos a Copa, mudaremos até de nome."

Os deputados voltarão a tratar do tema na próxima terça-feira. A maioria defende a realização de um plebiscito.

Fonte: RODRIGO VARGAS
da Agência Folha, em Cuiabá

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