O Mapa da violência dos municípios brasileiros 2008, compilado pelo Instituto Sangari, Ministério da Justiça e Rede de Informação Tecnológica Latino Americana (RITLA) aponta que a taxa de homicídio entre jovens cresceu 36% em dez anos no País. Para o sociólogo Eduardo Cerqueira Batitucci - organizador do livro Homicídios no Brasil, o dado é plausível. "Entre 14 a 20 anos de idade, algumas etnias, como jovens negros, são as mais vitimizadas".Com base em indicadores de mortalidade do Ministério da Saúde, estimativas intercensitárias do Datasus e recontagem de população do IBGE, o mapa detalha a distribuição de 556 municípios com as maiores taxas de homicídio. Estes, apesar de representarem apenas 10% das cidades brasileiras, concentram 44,1% da população e 73,3% dos homicídios ao longo de 2006. O mapa aponta que homicídios matam mais do que epidemias e que eles espalharam-se das grandes metrópoles e passaram para cidades interioranas. Ao analisar a evolução das taxas de óbitos nos 5.564 municípios do Brasil, ocorridos entre 2004 e 2006, o documento estuda a mortalidade causada por homicídios, com foco especial nos homicídios juvenis, por acidentes de transporte e pelas armas de fogo. Quanto ao fato de que os homicídios estão espalhando-se das grandes metrópoles para as cidades do interior dos Estados, Batitucci diz que varia de acordo com cada região. "Em Minas, por exemplo, são típicos homicídios em grandes cidades. O mesmo não vale para o Rio de Janeiro, pois há muitos assassinatos na Baixada. Já as áreas violentas de Mato Grosso, de Goiás ou de Roraima não estão vinculadas a grandes cidades, mas sim às rurais". Políticas de desarmamento, assim como a regulamentação legal para compra de armas de fogo, porte ou utilização são tidas, no relatório, como medidas que ajudaram a reduzir o números de homicídios. Antes de fórmulas mágicas de políticas de segurança, no entanto, Batitucci acredita que é preciso levar em conta particularidades de cada região.
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