Com a crise financeira balançando os mercados do mundo inteiro, era de se esperar que os níveis de inadimplência subissem, principalmente no segmento automobilístico, um dos mais afetados pela má fase que vive a economia. Só no Rio Grande do Norte, existem hoje em tramitação 4.734 processos de busca e apreensão de veículos por inadimplência no Fórum Miguel Seabra Fagundes, segundo dados do Tribunal de Justiça do Estado. No Ceará, com a não quitação dos financiamentos, quatro mil unidades já foram retomadas pelas instituições financeiras.
No Brasil, os principais bancos que financiam veículos no país têm, juntos, um estoque de pelo menos 100 mil carros recuperados de clientes inadimplentes - o equivalente à metade das vendas mensais de veículos novos no país - que poderão ser devolvidos ao mercado em breve. Depois de tomados dos antigos proprietários, os veículos vão a leilão e são devolvidos para as lojas com os preços até 50% mais baixos do que os de mercado, o que pode ocasionar, ainda, uma nova pressão sobre o ramo de usados, que hoje já comercializa os veículos com valores bem menores devido à redução do IPI para os novos.
Na opinião do economista Zivanilson Teixeira e Silva, o governo federal praticamente ‘‘ordenou’’ aos brasileiros que consumissem, desde carros e imóveis, até geladeiras e TVs de plasma, mas não orientou a população como pagar essas novas aquisições. Essa falta de orientação é apontada como a razão para os altos índices de inadimplência registrados hoje, notadamente no setor de automóveis, que antes da crise financeira internacional operava com prazos de até 80 meses.
‘‘As pessoas não foram orientadas sobre como pagar essas prestações e algum dia essa inadimplência ia estourar e foi o que aconteceu com os automóveis. Mas isso gera um problema muito sério, porque segundo o contrato, quando se deixa de pagar duas ou três prestações, o carro é tomado imediatamente. É por isso que a inadimplência é tão grande no Brasil’’, comenta.
O economista vai mais além. Na visão dele, comprar um veículo neste momento é uma ‘‘irresponsabilidade’’. Embora a queda na alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados tenha reduzido significativamente o preço dos automóveis novos, o desconto acaba no final deste mês e não há perspectivas de que seja renovado pelo governo federal.
‘‘As pessoas devem ter cuidado na hora de comprar, porque o consumidor hoje está entre a cruz e a espada: à medida que não tem ganho salarial, ele não tem condições de comprar um veículo, a não ser que prolongue as prestações, que é o que tem sido práxis nos últimos meses’’, acrescenta ainda.
Mas o ato de prolongar as parcelas do financiamento não é recomendado pelo economista. Na opinião de Zivanilson Teixeira, como as taxas de juros brasileiras são as mais altas do mundo, muitas vezes o consumidor termina pagando duas ou três vezes mais o valor real do veículo. ‘‘O consumidor poderia esperar um pouco mais’’, aconselha.
Sobre a entrada dos veículos retomados por inadimplência no mercado, Teixeira acredita que os revendedores poderão, sim, ser prejudicados. De acordo com o economista, os automóveis leiloados podem chegar às lojas até 50% mais baratos, diminuindo de forma sensível a margem de lucro dos empresários. ‘‘O consumidor pode até criar uma expectativa porque terá a chance de comprar o veículo mais barato, porque o carro vai para a loja com o valor muito depreciado’’, diz ainda.
CAUTELA
A orientação é que os consumidores, na hora de decidir por um financiamento, façam uma pesquisa de mercado sobre preços, taxas e prazos, além de programar o orçamento familiar com vistas a possíveis problemas financeiros, como desemprego e questões de saúde. A sugestão dos especialistas é dar um maior valor de entrada no pagamento e diminuir o valor e o número de parcelas. Nos casos de inadimplência, uma exceção para evitar a retomada é a revisão do contrato a fim de reduzir o valor da parcela e salvar o veículo.
Fonte: DN Online
No Brasil, os principais bancos que financiam veículos no país têm, juntos, um estoque de pelo menos 100 mil carros recuperados de clientes inadimplentes - o equivalente à metade das vendas mensais de veículos novos no país - que poderão ser devolvidos ao mercado em breve. Depois de tomados dos antigos proprietários, os veículos vão a leilão e são devolvidos para as lojas com os preços até 50% mais baixos do que os de mercado, o que pode ocasionar, ainda, uma nova pressão sobre o ramo de usados, que hoje já comercializa os veículos com valores bem menores devido à redução do IPI para os novos.
Na opinião do economista Zivanilson Teixeira e Silva, o governo federal praticamente ‘‘ordenou’’ aos brasileiros que consumissem, desde carros e imóveis, até geladeiras e TVs de plasma, mas não orientou a população como pagar essas novas aquisições. Essa falta de orientação é apontada como a razão para os altos índices de inadimplência registrados hoje, notadamente no setor de automóveis, que antes da crise financeira internacional operava com prazos de até 80 meses.
‘‘As pessoas não foram orientadas sobre como pagar essas prestações e algum dia essa inadimplência ia estourar e foi o que aconteceu com os automóveis. Mas isso gera um problema muito sério, porque segundo o contrato, quando se deixa de pagar duas ou três prestações, o carro é tomado imediatamente. É por isso que a inadimplência é tão grande no Brasil’’, comenta.
O economista vai mais além. Na visão dele, comprar um veículo neste momento é uma ‘‘irresponsabilidade’’. Embora a queda na alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados tenha reduzido significativamente o preço dos automóveis novos, o desconto acaba no final deste mês e não há perspectivas de que seja renovado pelo governo federal.
‘‘As pessoas devem ter cuidado na hora de comprar, porque o consumidor hoje está entre a cruz e a espada: à medida que não tem ganho salarial, ele não tem condições de comprar um veículo, a não ser que prolongue as prestações, que é o que tem sido práxis nos últimos meses’’, acrescenta ainda.
Mas o ato de prolongar as parcelas do financiamento não é recomendado pelo economista. Na opinião de Zivanilson Teixeira, como as taxas de juros brasileiras são as mais altas do mundo, muitas vezes o consumidor termina pagando duas ou três vezes mais o valor real do veículo. ‘‘O consumidor poderia esperar um pouco mais’’, aconselha.
Sobre a entrada dos veículos retomados por inadimplência no mercado, Teixeira acredita que os revendedores poderão, sim, ser prejudicados. De acordo com o economista, os automóveis leiloados podem chegar às lojas até 50% mais baratos, diminuindo de forma sensível a margem de lucro dos empresários. ‘‘O consumidor pode até criar uma expectativa porque terá a chance de comprar o veículo mais barato, porque o carro vai para a loja com o valor muito depreciado’’, diz ainda.
CAUTELA
A orientação é que os consumidores, na hora de decidir por um financiamento, façam uma pesquisa de mercado sobre preços, taxas e prazos, além de programar o orçamento familiar com vistas a possíveis problemas financeiros, como desemprego e questões de saúde. A sugestão dos especialistas é dar um maior valor de entrada no pagamento e diminuir o valor e o número de parcelas. Nos casos de inadimplência, uma exceção para evitar a retomada é a revisão do contrato a fim de reduzir o valor da parcela e salvar o veículo.
Fonte: DN Online
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