“As palavras movem, mas são os exemplos que inspiram atitude e comportamento semelhante.”


sexta-feira, 13 de março de 2009

Promessa, bandeirinha se recusa posar nua e evita caminho de Ana Paula

A árbitra assistente Maria Eliza Barbosa, 29 anos, pode ser considerada uma das promessas da arbitragem brasileira. Dentro de campo, ela diz que busca seguir os passos de Ana Paula Oliveira, que já foi tida como uma das melhores auxiliares do país. No entanto, fora das quatro linhas, Maria Eliza pegou outros rumos, rejeitou uma proposta de cerca de R$ 350 mil (fora as participações nas vendas) para posar nua e escapou dos percalços de celebridade adquiridos por sua antecessora.

O fato é, que pouco tempo depois de posar para a revista Playboy, em julho de 2007, Ana Paula Oliveira foi barrada nos testes físicos e afastada dos campos. Coincidência ou não, Maria Eliza preferiu não arriscar e recusou o convite.

"Eu respeito a opinião e atitude dela e até me fizeram o convite da revista. Não é pelo futebol que eu não aceitei. O cachê é bem alto, mas não me balançou. Não aceitaria de jeito nenhum, nem se estivesse fora do futebol. Não faria pela minha concepção, pela minha família", afirmou Maria Eliza, que também é professora de Educação Física.

Atualmente, Maria Eliza está na terceira colocação do ranking de árbitros assistentes da FPF (Federação Paulista de Futebol), atrás apenas de Edmilson Corona e Emerson Augusto de Carvalho. A lista é feita de acordo com a categoria do árbitro, que pode ser Ouro, Prata e Bronze. Para cada uma, existem as subdivisões A, B e C. Além do nível Fifa, superior aos outros, no qual se encontra Maria Eliza.

Em 2008, inclusive, Maria Eliza chegou a uma Copa do Mundo, ao ser escalada para bandeirar no Mundial feminino sub-17, realizado na Nova Zelândia. No entanto, a maior aparição dentro de campo acaba trazendo outras oportunidades fora dele. O fato, segundo o presidente da comissão de arbitragem da FPF, tenente-coronel Marcos Marinho, requer algumas precauções.

"Existem alguns tabus, e elas sabem dos riscos, sabem que o futebol ainda é machista. Os jogadores respeitam, mas alguns colegas ainda tentam se aproveitar da situação. A gente sabe que isso existe", disse Marinho.

Sobre Ana Paula Oliveira, o presidente da comissão de arbitragem afirma que não houve represália por parte da federação, mas a bandeirinha famosa sofreu preconceito dos próprios colegas. "A Ana Paula recebeu algumas reações contrárias por conta disso. Tudo bem que no caso dela foi uma novidade. Não existe algum fato concreto, mas você ouve uma coisa aqui e outra ali. Fora isso, ela acabou descuidando da parte física", acrescentou.

Para Maria Eliza, se alguma outra colega optasse por aparecer nua nas revistas masculinas, isso não iria interferir no trabalho dentro de campo. "Não acho que prejudica e cada um tem a sua linha de trabalho. Cada um faz o que quer. O negócio é democrático, cada um tem um pensamento diferente", avaliou a revelação da arbitragem.

Fonte: Felipe Munhoz/ UOL

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