O debate sobre a transposição do rio São Francisco colocou em lados opostos os defensores do projeto --como o ministro Geddel Vieira (Integração Nacional) e o deputado Ciro Gomes (PSB-CE)-- e os contrários --o bispo de Barra (BA), dom Luiz Flávio Cappio, e o senador César Borges (PR-BA). O clima ficou tenso e eles chegaram a bater boca durante audiência pública realizada hoje na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado. Borges, por exemplo, disse que Geddel também era contrário ao projeto, mas mudou de posição depois de entrar no governo. "O ministro sempre se colocou contra e agora mudou por causa do Diário Oficial", afirmou o senador. Geddel, por sua vez, rebateu o senador fazendo uma alusão à troca de partido --Borges era do DEM e migrou para o PR, um partido da base aliada. "Não acredito que Borges tenha mudado de partido por conta do Diário Oficial." Ciro cobrou atenção de d. Cappio. "Olhe para mim", disse o deputado para d. Cappio. Um pouco antes, Ciro disse que d. Cappio não poderia se colocar como um "intérprete do valor moral" na discussão do projeto de transposição do São Francisco. "Não é possível que se considere intérprete do valor moral e ponha um modesto militante de 30 anos de vida pública brasileira com base no Nordeste como alguém que esteja numa posição antagônica." Dom Cappio afirmou que o projeto é enganoso, beneficia grandes grupos econômicos e não objetiva o abastecimento humano e animal. "O projeto de transposição tem fins econômicos, para a produção de frutas para exportação e criação de camarão em cativeiro; para incremento do capital. Se esse projeto fosse para dessendentação [saciar a sede] humana e animal eu seria a favor, mas esse não é o objetivo", disse o bispo à Agencia Brasil ao chegar para audiência pública no Senado.
Com Agência Brasil e Agência Senado
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