“As palavras movem, mas são os exemplos que inspiram atitude e comportamento semelhante.”


quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Ronaldo terminará contrato com Milan custando US$ 510 mil por jogo

Lesionado gravemente durante o empate do Milan com o Livorno em partida do Campeonato Italiano na última quarta-feira, Ronaldo será um investimento que custará pouco mais de US$ 510 mil por jogo oficial quando seu contrato de um ano e meio expirar. A conta se fecha diante do parecer definitivo de que o astro brasileiro não terá condições de entrar em campo antes o encerramento de sua relação com o clube, no próximo dia 30 de junho. Ronaldo, que chegou nesta quinta-feira de manhã a Paris, onde vai passar por operação no joelho esquerdo para corrigir o rompimento do tendão patelar, terminará seu contrato com o Milan com apenas 19 jogos oficiais disputados pela equipe, com total de nove gols marcados (média de 0,47 por jogo). O brasileiro foi contratado pelo clube do ex-premiê Silvio Berlusconi por US$ 9,7 milhões, em negócio com o Real Madrid que agitou a janela de transferências de janeiro de 2007. A divisão dessa cifra aponta para pouco mais de US$ 510 mil gastos pelo Milan para cada vez que Ronaldo esteve em campo vestindo vermelho e preto, desprezando-se nessa conta a soma de salários e prêmios. Na metade da última temporada, Ronaldo pôde defender o Milan apenas no Campeonato Italiano, pois já havia entrado em campo pelo Real Madrid na Liga dos Campeões. Desta forma, foi apenas testemunha da conquista européia de seus companheiros. Na competição nacional, esteve em atividade por 14 jogos, marcando sete gols, e ajudou o time a terminar em quarto lugar na Série A. Depois das férias, o atacante de 31 anos demorou a conseguir jogar na atual temporada. Ronaldo apresentou um problema muscular durante a fase de preparação do Milan. Em seguida, passou por um rigoroso e polêmico processo de recuperação, em que, posteriormente, a cúpula médica do clube admitiu erro de avaliação no diagnóstico do brasileiro. Após passar por sessões de tratamento na Bélgica e no Rio de Janeiro (com o médico da seleção brasileira José Luiz Runco), Ronaldo enfim conseguiu aparecer em campo pelo Milan, mas, devido aos recorrentes problemas musculares, nunca obteve uma seqüência superior a duas partidas. Nesta temporada, o maior artilheiro da história das Copas do Mundo esteve em campo em apenas cinco jogos, todos válidos pelo Campeonato Italiano (contra Cagliari, Napoli, Udinese, Siena e Livorno), com dois gols anotados. A estrela do pentacampeonato mundial da seleção permaneceu como opção no banco de reservas em duas partidas da Liga dos Campeões, contra Benfica e Shakhtar Donetsk, sem ser utilizado pelo técnico Carlo Ancelotti. Ronaldo ainda chegou a viajar com a delegação do Milan para a disputa do Mundial de Clubes da Fifa no Japão, em dezembro, mas teve o aproveitamento cancelado devido a dificuldades musculares. Mesmo com a carreira mais uma vez ameaçada e sem chances de voltar a campo antes do fim de seu contrato, Ronaldo ganhará respaldo do Milan, que, no calor dos acontecimentos, deixou no ar a promessa de renovação da relação trabalhista.
Segundo declarou à imprensa italiana Adriano Galliani, vice-presidente do clube, "o Milan já demonstrou que não abandona jogadores que são vítimas de infortúnios, e isso acontecerá com Ronaldo". No entanto, o futuro do goleador estará nesta quinta na mesa de cirurgia de Gerard Saillant, médico francês que já operara Ronaldo em ocasiões passadas, sem contar em um eventual sucesso do processo de recuperação. O desfecho da carreira de um dos maiores ídolos do futebol nacional novamente está envolto em suspense, à espera de mais uma volta por cima ou então de um inédito gesto de resignação.

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